Capa com Kadett GSi Conversível, Tempra Turbo, Santana Executivo, Del Rey Série Ouro e Omega CD 4.1, versões esportivas brasileiras esquecidas

Versoes esportivas esquecidas parte 2


Resumo rápido:


Na Parte 2, você conhece mais 5 versões esportivas brasileiras que sumiram da memória do público: Kadett GSi Conversível, Del Rey Série Ouro, Tempra Turbo, Santana Executivo e Omega CD 4.1.

Mais 5 Versões Esportivas que Pouca Gente Lembra (Parte 2)

Se na primeira parte já ficou claro que o Brasil produziu muito mais esportivos do que a memória popular alcança, aqui a lista fica ainda mais curiosa. Agora entramos em sedãs de luxo com pegada esportiva, conversíveis raros e até um dos primeiros turbos nacionais de respeito.

Nesta Parte 2, você vai ver mais cinco esportivos (ou versões com espírito esportivo) que quase desapareceram das ruas e dos anúncios de classificados, mas que marcaram época entre entusiastas.


6. Chevrolet Kadett GSi Conversível – esportivo, raro e ainda subestimado

Chevrolet Kadett GSi conversível vermelho com rodas esportivas em foto de divulgação
Kadett GSi Conversível: visual chamativo, motor 2.0 forte e produção limitada, perfeito candidato a clássico.

O Kadett GSi já era um dos esportivos mais respeitados do Brasil, com motor 2.0 de 121 cv, boa aerodinâmica e comportamento dinâmico muito elogiado. A versão GSi Conversível levou essa receita para um público ainda mais nichado: quem queria desempenho, visual marcante e a experiência de andar de teto aberto.

Com o mesmo conjunto mecânico do GSi fechado, o conversível mantinha o desempenho interessante para a época, com acelerações rápidas e velocidade máxima próxima dos 190 km/h. A grande diferença estava na pegada: mais carro de passeio de fim de semana, menos guerreiro de uso diário.

O preço elevado, a manutenção mais complexa da capota e o medo de problemas estruturais afastaram muita gente. Por isso, o Kadett GSi Conversível foi produzido em números bem limitados, e hoje é mais um daqueles carros que quase ninguém lembra – até aparecer um exemplar em um encontro e roubar toda a cena.

Para o colecionador, o grande desafio está em encontrar um GSi Conversível com capota original bem ajustada, forrações corretas e estrutura sem remendos, já que muitos carros sofreram com adaptações ao longo das décadas.

Ficha técnica resumida (Kadett GSi Conversível):

  • Configuração: conversível de duas portas
  • Motor: 2.0 a gasolina, cerca de 121 cv e 17,6 kgfm de torque
  • Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
  • Destaques: visual agressivo, capota de lona, painel completo e desempenho de respeito para a época

Curiosidade: hoje, um Kadett GSi Conversível em estado original é raríssimo. Muitos sofreram com adaptações de capota, funilaria mal feita e customizações duvidosas ao longo dos anos.


7. Ford Del Rey Série Ouro – luxo, status e um toque de esportividade

Ford Del Rey Série Ouro visto de traseira e lateral em anúncio de época
Del Rey Série Ouro: mais luxo do que esportividade, mas com status de topo de linha nos anos 80.

O Ford Del Rey Série Ouro não era um esportivo puro, mas figurava como versão especial de topo, com acabamento mais caprichado, itens de conforto e, em algumas configurações, câmbio automático e equipamentos raros para a época. Era um carro voltado ao público que queria status e sofisticação, mas sem abrir totalmente mão de desempenho.

Com motor 1.6 CHT em muitas versões, o Del Rey Série Ouro não impressionava tanto em números brutos de potência, mas entregava uma condução confortável, silenciosa e com aquele “ar de carro de executivo” dos anos 80. A combinação de detalhes externos diferenciados, emblemas exclusivos e interior refinado fazia dele uma espécie de “mini Landau” para quem não podia manter um V8 na garagem.

Com o passar dos anos, o Del Rey saiu de cena e o público mais jovem praticamente esqueceu que existiram versões especiais como a Série Ouro. Hoje, poucos sabem diferenciar um Del Rey comum de um Série Ouro à primeira vista, o que torna os exemplares bem conservados ainda mais interessantes para colecionadores de Ford nacionais.

Ficha técnica resumida (Del Rey Série Ouro 1.6):

  • Configuração: sedã de duas ou quatro portas, dependendo do ano
  • Motor: 1.6 CHT, com potência na casa dos 70 cv
  • Câmbio: manual de 5 marchas ou automático (em algumas versões)
  • Destaques: acabamento superior, emblemas exclusivos, opcionais de conforto e visual mais sofisticado

Curiosidade: por muito tempo, o Del Rey foi referência de acabamento interno entre os nacionais. Hoje, alguns exemplares Série Ouro bem conservados ainda surpreendem pelo conforto, mesmo comparados a carros populares modernos.


8. Fiat Tempra Turbo – o sedã que virou lenda (e fama de encrenqueiro)

Fiat Tempra Turbo prata em movimento em estrada
Tempra Turbo: um dos primeiros sedãs nacionais com motor turbo de fábrica, rápido e polêmico.

O Fiat Tempra Turbo foi um dos primeiros sedãs nacionais a oferecer um motor turbo de fábrica com números realmente impressionantes. O 2.0 turbo de aproximadamente 165 cv e mais de 26 kgfm de torque colocava o carro em um patamar de desempenho que rivalizava com modelos importados bem mais caros.

Com aceleração de 0 a 100 km/h na casa dos 8 segundos e velocidade máxima superior a 210–220 km/h, o Tempra Turbo era, na prática, um verdadeiro “Caça-Alemão” nas estradas brasileiras. Além disso, trazia pacote de equipamentos generoso, com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos e outros itens de conforto.

O problema é que muitos donos abusavam do carro: preparação, combustível de má qualidade, manutenção negligenciada e uso intenso acabaram criando a fama de “carro problemático”. Hoje, encontrar um Tempra Turbo íntegro e original é tarefa difícil – e isso fez com que muita gente simplesmente esquecesse que ele existiu como ícone de desempenho nacional.

Quem pensa em ter um hoje precisa considerar que é um modelo que exige mecânico especializado, peças corretas e disciplina de manutenção. Quando tudo isso está em dia, o Tempra Turbo mostra por que marcou época nas capas de revista.

Ficha técnica resumida (Tempra Turbo):

  • Configuração: sedã de quatro portas
  • Motor: 2.0 8v turbo, cerca de 165 cv e 26,5 kgfm de torque
  • Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
  • Destaques: desempenho muito acima da média da época, pacote de equipamentos completo e forte presença em testes de revista

Curiosidade: o Tempra Turbo chegou a ser chamado de “mais veloz do Brasil” em testes de época. Hoje, é mais conhecido entre entusiastas da Fiat do que pelo público geral, que muitas vezes só lembra do Tempra como sedã de família.


9. Volkswagen Santana Executivo – sedã de respeito com alma de GTI

Volkswagen Santana Executivo 1990 visto de lado com rodas estilo BBS
Santana Executivo: motor com injeção do Gol GTI e acabamento de sedã de luxo, combinação rara hoje em dia.

O Santana Executivo foi uma série especial que elevou o sedã médio da Volkswagen a outro patamar. Ele combinava motor 2.0 com injeção eletrônica, similar ao do Gol GTI, com acabamento interno mais sofisticado, rodas exclusivas (muitas lembrando o estilo BBS) e diversos detalhes de design que o destacavam dos demais Santana.

Além do visual, o acerto de suspensão e o conjunto mecânico entregavam um carro confortável, mas com respostas mais rápidas que as versões “normais”. Não era um esportivo puro, mas tinha alma de esportivo executivo, daqueles que agradam quem gosta de acelerar, mas precisa de um sedã com porta-malas e espaço para a família.

A produção foi limitada, o preço era alto e, com a chegada de novos modelos e da onda dos importados, o Santana Executivo acabou ficando esquecido. Hoje, muita gente nem sabe que existiu uma versão mais exclusiva com esse nome.

Por outro lado, isso faz dele um ótimo candidato a futuro clássico: quem encontra um exemplar íntegro, com rodas e interior originais, tem nas mãos um sedã que chama atenção pela discrição por fora e pela história por trás do emblema “Executivo”.

Ficha técnica resumida (Santana Executivo 2.0i):

  • Configuração: sedã de quatro portas
  • Motor: 2.0 com injeção eletrônica, potência na casa dos 120–125 cv
  • Câmbio: manual de 5 marchas ou automático em algumas unidades
  • Destaques: rodas em estilo BBS, aerofólio discreto, interior mais luxuoso e suspensão com amortecedores a gás

Curiosidade: estima-se que foram produzidas poucas milhares de unidades do Santana Executivo. Isso ajuda a explicar por que ele é tão raro hoje – e por que aparece pouco até em encontros de clássicos.


10. Chevrolet Omega CD 4.1 – o seis cilindros que já foi símbolo de poder

Chevrolet Omega CD 4.1 prata visto de três quartos em estúdio
Omega CD 4.1: seis cilindros em linha, muito conforto e desempenho que ainda impressiona.

O Chevrolet Omega CD 4.1 foi, por muito tempo, um dos carros mais desejados do Brasil. Com motor seis cilindros em linha de aproximadamente 168–170 cv e um torque generoso acima de 29 kgfm, o sedã unia conforto de alto nível com desempenho digno de esportivo.

Equipado com câmbio manual ou automático, dependendo do ano e da configuração, o Omega CD 4.1 oferecia rodar macio, silencioso e estável em estrada. Não era um esportivo “de adesivo e faixas”, mas sim um sedã grande que, quando provocado, andava forte e fazia bonito em ultrapassagens.

Com o tempo, porém, a imagem do Omega foi ficando associada a carro de frota, diplomata ou uso executivo. A manutenção mais cara do seis cilindros e o consumo elevado também afastaram compradores conforme o mercado mudou para sedãs médios e SUVs. Resultado: o CD 4.1 foi sumindo das listas de desejos e hoje é lembrado por poucos.

No mercado de clássicos, os exemplares mais valorizados são justamente os CD 4.1 originais, com interior íntegro e mecânica bem cuidada. Para quem aceita o consumo mais alto, ele ainda é um dos melhores custos-benefício em termos de conforto e presença.

Ficha técnica resumida (Omega CD 4.1):

  • Configuração: sedã grande de quatro portas
  • Motor: 4.1 de seis cilindros em linha, com cerca de 168–170 cv e torque acima de 29 kgfm
  • Câmbio: manual de 5 marchas ou automático de 4 marchas, dependendo do ano
  • Destaques: muito conforto, acabamento caprichado, boa estabilidade em estrada e desempenho forte para um sedã grande

Curiosidade: bem cuidado, o Omega CD 4.1 ainda hoje oferece um nível de conforto e rodar que muitos carros modernos não conseguem igualar. Não à toa, é um dos queridinhos de colecionadores de sedãs grandes nacionais.


Perguntas Frequentes

Vale a pena comprar um desses esportivos esquecidos hoje?

Pode valer, mas é essencial entender que a maioria desses carros já tem décadas de uso e exige manutenção criteriosa. Peças específicas podem ser difíceis de encontrar, e restauração correta não é barata. Em compensação, o prazer ao dirigir e o fator nostalgia são enormes.

Esses modelos têm tendência a valorização?

Modelos raros, com baixa produção e forte apelo emocional (como Kadett GSi Conversível, Tempra Turbo e Omega CD 4.1) tendem a ganhar valor quando estão bem conservados e o mercado de clássicos se aquece. Eles podem não ser investimentos garantidos, mas têm bom potencial entre entusiastas.

É melhor buscar um carro desses original ou levemente preparado?

Para quem pensa em colecionismo e valorização, quanto mais original, melhor. Preparações mal feitas reduzem o interesse e podem esconder problemas estruturais ou mecânicos. Pequenas melhorias de segurança (freios, pneus, iluminação) são bem-vindas, mas sem descaracterizar o carro.